Brian Kebs, que cobre os últimos dispositivos skimming e notícias relacionadas, reportou recentemente uma vitória contra a tecnologia fraudulenta. Neste caso, a polícia escondeu aparelhos de rastreamento GPS em dispositivos skimming ativos já descobertos. Quando os hackers apareceram para reaver seus aparelhos, a força policial os rastreava e prendia. Naturalmente, a popularização da estratégia deve levar os agressores a intensificarem o uso do Bluetooth para evitar a remoção física — mas, por enquanto, a polícia intensifica o combate à fraude.

Hacking remoto de cartões

Se seu cartão possui o mecanismo de pagamento por etiquetas de radiofrequência (RFID) – como MasterCard PayPass ou American Express ExpressPay –, é provável que suas informações possam ser lidas por um hacker que ande próximo à sua bolsa ou carteira. Isso acontece porque qualquer dispositivo RFID desprotegido pode ser hackeado, incluindo passaportes, cartões de acesso predial/residencial e etiquetas de rastreamento de produtos.

Aparelhos de radiofrequência quase não possuem segurança. Basta energizar o transmissor RFID usando ondas de rádio de baixa frequência para que ele transmita toda a informação que possui. As linhas magnéticas dos cartões de crédito já não eram seguras – podiam ser lidas por qualquer leitor vendido na internet a US$ 15 –, mas a diferença neste caso é que os leitores de radiofrequência permitem o roubo de informações sem que haja qualquer contato com o cartão. Ande a um metro de um leitor malicioso de RFID e, sim, você pode ser hackeado.

Com o tempo, a distância necessária tende a aumentar: alguns especialistas em hackers por radiofrequência preveem o aumento do espaço exigido para cerca de cem metros nos próximos cinco anos — o que possibilitaria que hackers coletassem milhares de cartões por hora somente por frequentarem lugares movimentados.

Se você tem cartões que usam radiofrequência, pode comprar “escudos” e carteiras de defesa gastando entre US$ 25 e US$ 50. Felizmente, a tecnologia para hackear esses dispositivos é mais usada por “hackers éticos” em demonstrações do que agressores reais e os especialistas esperam um crescimento no número de cartões habilitados por chip, que desapareceriam com o hack de RFID antes que ele produzisse dano substancial com o aumento de seu alcance.

BadUSB

Ano passado, pesquisadores demonstraram que cerca de metade das entradas USB instaladas nos computadores podem ser comprometidas por um dispositivo malicioso. Basta plugar um aparelho USB a um computador desavisado e ele executará automaticamente qualquer comando configurado, desviando de todos os controles de segurança, firewalls e software antimalware ativos.

Não há nenhuma defesa para a tática de exploração (batizada de BadUSB) além de danificar fisicamente a porta ou prevenir qualquer acesso físico não autorizado. Pior, não há como saber se uma chave USB plugada a um computador contém BadUSB. É também impossível descobrir se a chave infectada foi espalhada intencionalmente por um amigo ou associado, já que poderia ter acontecido sem seu conhecimento, acabando por contaminar outro computador por acidente – ou um planejamento bem calculado.

Stuxnet

O Stuxnet é o ataque mais avançado já registrado e, facilmente, o malware mais perfeito escrito até hoje. Ele não recorreu ao BadUSB, mas se espalhou via chaves USB e um método de execução USB até então desconhecido, juntamente a três outros ataques de dia zero.

Descoberto publicamente em junho de 2012, o Stuxnet levou o conceito de cyberwar a ser reconhecido como uma batalha real, capaz de causar danos físicos. Especula-se que o malware tenha sido desenvolvido em colaboração entre os Estados Unidos e Israel para frustrar o programa nuclear do Irã, embora nenhum dos dois países tenha reconhecido a autoria.

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